Um bate-papo super descontraído e rico de experiências fantásticas com Heloísa e Vilfredo, sobre comemorações que marcaram o casal em suas expedições a bordo do veleiro Kat!
Foto: Rafael Lemos |
Separei
nossa conversa em dois posts, deixando a parte que contempla as
comemorações mais impactantes e as festas de batismo dos veleiros,
para outro momento, já que a riqueza de detalhes com que fui
agraciada por estes fantásticos contadores de suas histórias,
merecem tratamento especial.
No
dia 03 de março, comecei
perguntando
se eles gostam de carnaval ou se preferem descansar nestes dias e,
para minha surpresa, Heloísa e
Vilfredo disseram que sempre
gostaram muito, embora hoje
prefiram descansar, já
participaram ativamente e foram tema em 2001, de uma
escola de samba em Santa Catarina com o enredo “Abre
Alas que a Família
Schürmann Vai
Passar”
e
depois também em Florianópolis, logo após sua segunda volta ao
mundo.
Imagem: Pinterest |
Vilfredo
comentou que há festas belíssimas ao
redor do mundo, nas
quais sempre gostam de participar, como o Festival da Lua Cheia,
que
acontece todo mês no
Vietnã, reunindo
um grande número de pessoas que colocam
velas nos rios.
Bali
é uma festa, parecendo ser carnaval o ano inteiro, diz Heloísa,
com diversos festivais e Vilfredo ressalta a Festa da Ganesha, as
festas nas Ilhas Maurícios, Ilha de Páscoa, dentre outras. Em
todas que encontram pelas suas viagens,
eles sempre tentam participar, independente de serem festas culturais
ou religiosas. São seduzidos pelas tradições e principalmente pelas músicas que
marcam os povos com
seus ritmos e sons únicos.
Imagem: www.timeanddate.com |
Perguntei
qual a festa popular que mais os marcou. Para o Capitão, foi
Waitangi
Day na Nova Zelândia. Esta festa acontece dia 6 de janeiro quando o
primeiro tratado foi assinado (Tratado de Waitangi), sendo o
documento fundador da
Nova Zelândia. Segundo
Vilfredo, os sons são
impactantes tanto quanto a dança, chamada Haka. Barcos esculpidos em
madeira são
lançados ao mar
e numa destas
celebrações em que estavam presentes, a bandeira Brasileira chamou
a atenção assim como a participação ativa de toda família
Schürmann causou grande curiosidade. Foram, então, chamados, pois queriam saber o que eles estavam fazendo ali e
puderam ter um maior envolvimento com a celebração.
Imagem: Pinterest |
Imagem: Pinterest |
Na
China também foram marcados pela festa Tin
How, que celebra uma deusa como nossa Iemanjá, com procissão
de barcos para pedido de proteção no mar e festas muito coloridas
em terra, com dragões que se você passar a mão neles, terá muita
sorte.
Heloísa disse que passou a mão diversas vezes e que foram dançando com eles, caminhando e seguindo ao som de Erhu, um instrumento de apenas duas cordas que segue na “procissão” que traz ao final a deusa representada. Um grande envolvimento e participação de todo o povo, e cujas lembranças torna a arrepiar Heloísa, demonstrando toda sua sensibilidade.
Heloísa disse que passou a mão diversas vezes e que foram dançando com eles, caminhando e seguindo ao som de Erhu, um instrumento de apenas duas cordas que segue na “procissão” que traz ao final a deusa representada. Um grande envolvimento e participação de todo o povo, e cujas lembranças torna a arrepiar Heloísa, demonstrando toda sua sensibilidade.
Mais
uma vez as lembranças se voltam para as
Ilhas Maurícios, pois
também
participaram ativamente da festa à Deusa Ganesha, vestidos com roupas indianas e assimilando a cultura do lugar, presenciaram quando a Deusa, feita de barro, é
jogada no mar ou
no rio
para se desfazer e trazer prosperidade ao
povo.
Foto: Rafael Lemos |
Outra memória que Heloísa nos traz foi a comemoração do Ano
Novo Chinês, pois estavam em Kumai. Ela
diz que providenciou lanternas vermelhas e toda a decoração,
festejando a bordo conforme a tradição.
Uma
festa muito interessante, que Vilfredo compartilhou, é
a comemoração da primeira travessia da linha do
Equador por um tripulante. Segundo o Capitão, é um batismo, uma festa completa, pois ele se
veste de Netuno empunhando a lança do deus dos mares e, depois
de lambuzarem o tripulante com mel e grudar um monte de lixo nele,
fazem uma encenação perguntam-lhe: “- Você vai ser bom com
Netuno?”… “- E você tem que respeitar Netuno!”… “- Não
jogue lixo no mar!”… Depois das respostas (positivas, é claro) a
pessoa é lavada, se dando o batismo em si e ela assim, estará apta a navegar
pelo mundo sem problema nenhum e
com as bençãos de Netuno.
O
casal Schurmann diz que é importante estar preparado, ao viajar o
mundo, para participar dessas inserções de culturas tão
diferentes. Como exemplo, dá-nos a narração de um evento em Motu,
na Indonésia, onde oitenta polinésios preparam uma grande festa
para a família. Com duração de três dias, eles fazem as
comidas enterrando-as em um buraco e cobrindo-as com pedras
vulcânicas e folhas de bananeira, exatamente como faziam há 100
anos. Eles aprenderam as danças típicas, comeram também com as
mãos, seguindo a tradição.
Heloísa
reforça a influência musical de cada lugar, lembrando que visitaram
em Kinawa, no Japão, o atelier onde se faz um instrumento chamado
Sangen, que tem apenas três cordas musicais. Confeccionado ainda de
forma artesanal, de uma madeira que demora anos e anos para crescer, diz que o artesão coloca toda sua emoção ao talhar a
madeira, como se a acariciasse.
Depois de visitarem o atelier, Heloísa foi convidada a vestir-se de Gueixa para ouvir uma apresentação exclusiva do instrumento. Em suas palavras: “É uma coisa assim, extraordinária? - Vou dizer, fora do momento, parece que você está envolvida em um momento que você não tem noção, mas é muito lindo!”.
Acrescenta que para ela que viajou o mundo todo, “ama a Polinésia com suas danças sensuais, porém em termos de festa, não tem povo mais festeiro que o povo de Bali, porque todo dia eles têm uma homenagem a uma deusa ou um deus, com oferendas em flores, em frutas, com tudo muito colorido e o fazem com uma alegria” e Vilfredo compara à alegria do povo brasileiro.
Depois de visitarem o atelier, Heloísa foi convidada a vestir-se de Gueixa para ouvir uma apresentação exclusiva do instrumento. Em suas palavras: “É uma coisa assim, extraordinária? - Vou dizer, fora do momento, parece que você está envolvida em um momento que você não tem noção, mas é muito lindo!”.
Acrescenta que para ela que viajou o mundo todo, “ama a Polinésia com suas danças sensuais, porém em termos de festa, não tem povo mais festeiro que o povo de Bali, porque todo dia eles têm uma homenagem a uma deusa ou um deus, com oferendas em flores, em frutas, com tudo muito colorido e o fazem com uma alegria” e Vilfredo compara à alegria do povo brasileiro.
As
festas de aniversários da família e de qualquer tripulante,
normalmente são festas surpresas. Uma tarefa extremamente difícil
em virtude da proximidade das relações dentro do veleiro, mas
cumprida com esmero por todos para tornar o dia especial do
aniversariante. Para a família Schürmann, esta
é uma
data muito importante que não deve passar em branco. Heloísa
comenta que na Ilha de Páscoa
fizeram-lhe
uma festa surpresa, dando-lhe
um dia de Spa para poderem afastá-la e quando retornou, na hora do
almoço, preparam-lhe uma surpresa com
toda a tripulação.
Durante
este carnaval, propiciaram a realização de uma festa pirata para a
filha de uma amiga e
todos se vestiram a caráter e ergueram uma bandeira de pirata no
mastro do veleiro Kat.
Até
eu gostaria de uma festa dessas!
Perguntei
se eles, ao planejarem as viagens, antecipavam os preparativos para
as festas, especialmente por terem levado os filhos ainda crianças,
na primeira volta ao mundo. Vilfredo respondeu-me que sim, que já
previam alguma coisa, mas sempre com a surpresa como fator
fundamental da comemoração.
Para
finalizar este post, perguntei qual seria então, o significado de
festa para a família Schurmann. Vilfredo diz que para ele é
congregar as pessoas, aquele momento de alegria, em qualquer lugar do mundo, onde as pessoas colocam o coração e a energia positiva para fora, que no Brasil, no carnaval, mais do que em São João, ou
qualquer coisa, é o que mais assemelha-se aos outros povos. Heloísa
acrescenta que para ela, "festa é você compartilhar o que se tem de
bom, de música, de cultura com as outras pessoas."
Amei... Bom trabalho, e a família Schurmann é de outro mundo... Adorei conhecer a você e a eles, pena que não desfilaram na Portela comigo... Kkkk
ResponderExcluirAmei,a família é incrível e gente quero de novo com todos juntos amei todos.
ResponderExcluirBeijos continue escrevendo.